..
ANDREI RUBLEV.
..


ANDREI RUBLEV
(Andrey Rublyov, Rússia, 1969)
Direção: Andrei Tarkovsky
Roteiro: Andrei Konchalovsky e Andrei Tarkovsky
Elenco: Anatoli Solonitsyn, Ivan Lapikov, Nikolai Grinko, Nikolai Sergeyev, Irma Raush, Nikolai Burlyayev, Yuri Nazarov, Yuri Nikulin, Rolan Bykov, Nikolai Grabbe, Mikkhail Kononov, Stepan krylov, Irina Miroshnichenko, Mary Magdalene e Bolot Bejshenaliyev.
..
Sinopse: Andrei Rublev é um pintor de ícones na Rússia do ínicio do século XV. Encarregado de pintar as paredes da Catedral da Anunciação, no Kremlim, ele trabalha sob a direção do mestre grego Téofanes. Este, é atormentado pela crueldade da época que atribui a ira do Céu, enquanto que Rublev acredita no livre arbítrio. Drama / Histórico / Fé e Existencialismo / Arte / Cult Movie, 205 minutos, Preto e Branco com partes colorida.
..
Esta obra-prima do cinema russo, com uma elevação espiritual e senso plástico deslumbrante, mostrou ao mundo, um jovem e promissor cineasta, Andrei Tarkovsky. Tarkovsky, antes de mais nada, é um artista e um homem dominado pelo espírito do sobrenatural. Mas, sobretudo, é um grande cineasta e as suas obras falam por si, com filmes como "Solaris" (1972), "O Espelho" (1974), "Stalker" (1979), "Nostalgia" (1983), "O Sacrifício" (1986), entre outros.
Neste filme, além da direção, também é um dos roteiristas, ao lado de outro grande talento russo, Andrei Konchalovski; que souberam dar uma visão sombria, mas poética das dificuldades do pintor em terminar a sua obra e o existencialismo de seu mestre.
Podemos destacar alguns pontos desta obra magnífica:
O tema - Que a princípio, parece, para o protagonista do filme, uma verdade cruel em contradição com o ideal da harmonia de sua criação artística; é, na verdade, o que contrapõe a beleza da arte num mundo de incertezas e inseguranças. Porque, a afirmação central do filme é precisamente a luta de um artista e a sua capacidade de expressar o ideal moral numa época de sangrentas feridas, isto, vivendo em seu próprio corpo e em sua própria vida.
O roteiro - Os roteiristas tiveram que ter uma paciência artistica para montar com expressividade os elementos históricos do trabalho de Rublev. Mesmo assim, a obra é desigual em sua apresentação, porém, conseguiram destacar o espírito do artista e o alento dele no ambiente que determinava a sua relação com o mundo.
Os atores - A tarefa primordial do diretor foi elaborar cada cena, colocando os atores (e principalmente o protagonista de Rublev) num estado de convicção autêntico do que representava. E isto, evidentemente, se consegue com cada ator de forma distinta e em separado.
O rítmo - A montagem do filme está completamente dominada pelo ritmo, que reproduz o fluxo do tempo de cada tomada. O ritmo é que permite que uma obra desigual possa ser admirada como uma obra-prima, sem nenhuma contestação.
A beleza - A beleza está radicada na verdade da vida, quando esta é reconhecida pelo artista e expressada com sinceridade plena. A luta de Andrei Rublev para configurar esta verdade que só a arte pode expressar, embora não seja toda a beleza do filme, é a sua essência.
..
Não é a toa, que Andrei Rublev figura em quase todas as listas dos melhores filmes da história, artisticamente falando, é claro!